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Sociedade machista – Por Vida Erin Zurich

Sociedade machista – Por Vida Erin Zurich

Na passarela da sociedade, a cultura machista coberta pelas opiniões daninhas e nocivas, sob a ótica de Vida Erin Zurich.

Sociedade machista, por Vida Erin Zurich

 

Nos homens tudo fica mais charmoso com o passar dos anos. Os cabelos brancos conferem a eles um charme que antes não existia, o sorriso fica mais sério e com um ar de mistério, o estilo se transforma em uma elegância a mais e a percepção do tempo e como ele passa fica mais generosa. Nos homens.

Não apenas escuto, mas também leio nas redes sociais que “toleramos tudo em uma mulher, mas cabelos brancos não!”. Se começamos a falar do corpo feminino, também podemos notar que, com o passar o tempo, há uma maior dificuldade na perda da gordura abdominal e aquela barriguinha já se torna cada vez mais difícil de ir embora, a flacidez no rosto que, nos homens, é camuflada pela barba, em nós, grita a idade que antes era estabelecida pela quantidade de rugas e agora, por todo um conjunto.

Críticas servidas em bandeja de prata, escondem por trás de uma poderosa cortina de ferro a cultura machista impetrada em todos nós, sociedade na qual me incluo também. Me olho no espelho e não consigo entender em quantos dias tantos anos se passaram e quantas vezes mais serei sentenciada por meus próprios pensamentos construidos e doutrinados duramente por esse patriarcado velado que chamamos de “opinião”?

Não o suficiente a cobrança dos amigos, dos vizinhos e dos parentes, agora, com o advento da tecnologia, estamos nús diante de uma sociedade sem nenhum nível de responsabilidade no que se refere ao uso de suas opiniões que quase nunca são solicitadas, entretanto, que não deixam de chegar.

Perguntas como: ” – Porque você não começa uma dieta?” e comentários do tipo: ” – Seus cabelos estavam melhores antes.” aparecem desenfreadamente em nossas fotos e agora, temos uma pressão constante em agradar, afinal, somos ensinados desde a manjedoura que não podemos dar respostas mal educadas às pessoas, ainda que elas mereçam.

Outro dia li em alguns portais a mesma notícia; as mulheres preferem homens com o “corpo de pai”. Ou seja, nesse legado que estamos deixando, entendemos que os homens com barriguinha e aquela barba grande e mal cuidada são aceitáveis e até favoritos, entretanto, os homens e a grande maioria das mulheres lançam mão desse “bom gosto” quanto o assunto é o corpo das mulheres, já que, em um corpo feminino, barriga, pelos e cabelos brancos não são tão atraentes.

Rompendo a ponte elevadiça que permeia esse assunto e quebra tabus, eu sou uma mulher que entendi a importância de amar ao próprio corpo, já que é o único corpo que terei que conviver pelo resto da minha vida e que, independentemente das cicatrizes, barriga, pelos, imperfeições ou qualquer outra coisa que desagrade a cultura machista que vivemos, o amor próprio é a relação que levarei para toda a eternidade.

Portanto, mesmo entendendo que muito se fala sobre mente positiva, good vibes e o famoso fod*-se, é muito claro a diferença quando estamos falando de homens e de mulheres, dada a sentença na qual estamos condenadas: sermos julgadas por sermos mulheres e não cabermos nos defeitos que todos os homens cabem.

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