Sam Altman e outros líderes do Vale do Silício acreditam que drogas psicodélicas, como o MDMA, revolucionarão o tratamento da saúde mental.
Sam Altman, CEO da OpenAI, está liderando uma startup que visa explorar a promessa que as drogas psicodélicas mostraram em ensaios clínicos e torná-las amplamente disponíveis para pessoas que sofrem de problemas de saúde mental e distúrbios relacionados a drogas. A empresa, Journey Colab, está em parceria com uma clínica de reabilitação de luxo, a All Points North, para conduzir medicamentos como MDMA e psilocibina por meio de testes em estágio avançado e projetar um modelo para administrá-los aos pacientes. A incursão de Altman em psicodélicos mostra o burburinho que as drogas acenderam no Vale do Silício, com capitalistas de risco apostando milhões de dólares que tais terapias transformarão o tratamento para transtornos de saúde mental e dependência de drogas. Desde 2019, as empresas que desenvolvem drogas psicodélicas ou serviços relacionados levantaram mais de US $ 560 milhões em capital de risco.
Drogas psicodélicas clássicas, como psilocibina, mescalina e LSD, podem redefinir a atividade cerebral ativando os receptores de serotonina, uma substância química que desempenha um papel na regulação do humor e deixa o cérebro mais aberto a diferentes perspectivas, mostra a pesquisa. Embora seu potencial como medicamento tenha sido reconhecido décadas atrás, as drogas também foram abusadas de forma recreativa e caíram em desuso em 1970, quando a Lei de Substâncias Controladas as criminalizou. À medida que os estudos validaram a promessa dos psicodélicos, o cenário regulatório também começou a mudar.
O Oregon legalizou a psilocibina em 2020 e está em processo de licenciamento de instalações que fornecem esses cuidados, enquanto o Colorado aprovou uma votação no ano passado que permitirá que adultos usem psilocibina em instalações licenciadas a partir de 2024. O senador Cory Booker (D-N.J.) e o senador Rand Paul (R-Ky.) propuseram uma legislação no mês passado que removeria barreiras regulatórias para certos psicodélicos usados em pesquisas. Como resultado, o Altman’s Journey Colab visa revolucionar os cuidados de saúde mental e o tratamento da dependência de drogas com drogas psicodélicas.
Apesar da promessa, os psicodélicos permanecem amplamente ilegais e seu uso permanece controverso. Como resultado, Altman e sua equipe enfrentam riscos significativos em termos de arrecadar dinheiro suficiente e convencer os reguladores a dar luz verde a substâncias que ainda são em grande parte ilegais de usar. O Journey Colab tem como objetivo mostrar que os centros de reabilitação são o local mais seguro para essas intervenções. Com vários candidatos tendo iniciado ou concluído ensaios clínicos em estágio avançado, o MDMA e a psilocibina obtiveram o status de “inovação” da FDA, uma designação que acelera o desenvolvimento de medicamentos que mostram “melhorias substanciais” em relação às terapias disponíveis. Em conclusão, a promessa de drogas psicodélicas para transformar os cuidados de saúde mental e o tratamento da dependência de drogas está crescendo, com várias empresas apostando milhões de dólares que tais terapias se tornarão uma realidade no futuro próximo.