Uma caverna no Peru, repleta de centenas de artefatos pré-hispânicos, tornou-se objeto de especulações sobre a possibilidade de conexões alienígenas, desencadeando a ação de ladrões de túmulos em busca de múmias e outros itens históricos para comercialização no mercado clandestino.
Leandro Rivera descobriu essa caverna na região de Nazca, localizada na costa sul do Peru, por acaso. A área é mundialmente famosa pelas Linhas de Nazca, incisões no solo do deserto que formam figuras de pássaros e outros animais visíveis do alto. Os antigos geoglifos, conhecidos como as Linhas de Nazca, têm atraído há muito tempo a fascinação de entusiastas de extraterrestres.
Quando Rivera encontrou a caverna, que continha restos de corpos humanos com crânios alongados e mãos com apenas três dedos, ele começou a retirar esses artefatos e vendê-los ilegalmente. Ele foi eventualmente preso por desrespeitar monumentos públicos e sua história ganhou destaque quando duas das múmias deformadas que ele descobriu apareceram no México durante audiências no Congresso sobre OVNIs e vida extraterrestre, promovidas pelo jornalista mexicano Jaime Maussan. No entanto, as afirmações de Maussan foram amplamente rejeitadas pelos cientistas.
Rivera admitiu ter retirado até 200 conjuntos de restos mortais da caverna antes de ser capturado, e muitos desses artefatos foram contrabandeados para outros países, como França, Espanha e Rússia. Essas atividades levantaram preocupações sobre o mercado negro de artefatos arqueológicos roubados do Peru, que têm alto valor entre os colecionadores.
O tráfico de bens culturais tem aumentado globalmente desde o início da pandemia da COVID-19, com os vendedores do mercado negro aproveitando a mudança para as vendas online, o que proporciona mais privacidade do que as transações presenciais. Isso dificulta os esforços do Peru para evitar a exportação ilegal de itens saqueados do país, especialmente porque o país compartilha fronteiras com cinco nações e possui 27 postos de fronteira.
No aeroporto internacional de Lima, os scanners de raios X são usados para identificar materiais culturais ilegalmente transportados, mas a maioria dos infratores são turistas que alegam desconhecimento sobre a ilegalidade dos artefatos. Muitas vezes, esses casos não resultam em ações criminais significativas, o que representa um desafio adicional para as autoridades peruanas na proteção de seu patrimônio arqueológico.