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MINAS GERAIS É UM MUNDO

Minas, com suas montanhas e vales, nascente do Rio São Francisco, de águas que alimentam o mundo ao irrigar plantações por onde passa esse rio mar. Minas do queijo frescal, do leite fresquinho, do pão de queijo, da goiabada, do tutu da cachaça e da ora pro nobis. Minas, dos inconfidentes, terra de heróis, entre eles Tiradentes, do pai da aviação, Santos Dumont, do trem, que é transporte e do trem que é qualquer coisa.

As Minas Gerais, dos mineiros, terra do ouro e do diamante, Diamantina, Ouro Preto e Mariana, do minério de ferro, lá perto de Belo Horizonte. Minas daqui de acolá, do mineirinho desconfiado, agachado, mascando seu fumo de rolo, esperando o trem passar.

Minas do café, dos caminhos do ouro, da Estrada Real, que liga as montanhas ao belo litoral, dos portos por onde saía o ouro, que mandávamos para Portugal. Minas é um país, aqui fala-se mineirês legítimo, ou você vai de arrelia? Das palavras cortadinhas, do famoso “uai” que significa só “uai”, não importam o que dizem, “uai” é “uai” e pronto, sô!

Minas dos mineiros, povo bom e cordial, muitos pensam ser aqui todo mundo besta, mas vem para cá para ver o que que há! Mineiro não é bobo, não, sabe de tudo um pouco, só não é muito de falar, se fala, então fala pouco, para o mode de não se enrolá. Que ganhar o seu mineiro? Então chega bem devagar, não vem tirando de malandro que você vai se estrepar. Mineirinho come quieto, é bom observador, espera o momento certo para poder te pegar.

E quando o trem não está bom, mineiro sai do lugar se a chapa esquentar, ele nem gosta de brigar. E se tem um fogão a lenha, um torresmo a fritar, uma boa cachacinha para o esqueleto esquentar, o mineiro fica bem, conversa até o sol raiar. E não é de admirar que o mineiro é bom de boca, de quietinho no seu canto, fala só o que convém, faz do seu jeitinho uma arapuca de laçar uma prenda bem bonita para assim namorar.

Nesse mundo que é Minas, muitos sotaques a falar, mas em todos eles aquele com um cadim de seu toque peculiar, ônibus é “ons”, você é “cê”, ponto é “pon” e cadinho é “cadim”, nossa língua tem dicionário extenso para aprender a falar, pois o “mineirês” é idioma, do país Minas Gerais.

De homens ilustres, pensadores, líderes nacionais, de trás dessas montanhas gente boa a se lembrar, já falei do Santos Dumont, do Tiradentes, mas de outros vou falar, gente que fez história, muito antes de eu andar, Carlo Drummond de Andrade, poeta estelar, Tancredo Neves, político sem igual, Carlos Bracher, um artista pop star. Tem mais gente para falar, mas agora vou me calar, tem tanta gente boa, que o papel vai acabar.

Minas das estradas, que ligam o Brasil, aqui passa de tudo, carro, caminhão, carro de boi e carroça. Passa as riquezas do país, tudo para lá e para cá, é estado que une a nação e não a deixa parar, aqui tem destino bom para qualquer lugar.

E por falar em destinos, aqui é bom de “turistar”, tem cidades históricas, em todo lugar, tem também riquezas naturais que o seu fôlego vão tirar, além de museus tão belos que são para te encantar. Estado mais que perfeito, vale a pena visitar, mas se quiser se divertir pode vir que vai gostar, tem carnaval e tantas festas que você vai se esbaldar.

Eu amo essa terra em nasci e vivo, amo ser mineiro, meu pedacinho de chão querido, não me canso sobre ele falar, para quem quiser ouvir, e para quem também não quer. Ainda mais de minha Juiz de Fora, cidade onde vi o mundo, e acho que ele também me viu. Que prazer ser mineiro e poder aqui morar, viver nessa terra não tem melhor coisa que há.

Orgulhosamente mineiro, juiz-forano da gema, daqueles de passear de bobeira pelo calçadão, só para ver as modas e as moças bonitas, que, aliás, mais que Juiz de Fora nenhuma cidade tem. E quem nunca provou vai ter que um dia provar, a pipoca com queijinho é mais que um manjar, é coisa daqui que chegamos a exportar. Tem também o torresmo daquele famoso bar, que sua fama corre o mundo, por ele vem aqui gente de todo lugar.

No Museu Mariano Procópio, tanta história a contar, a casa que hospedou Dom Pedro e a família imperial, mas que belo jardim tem naquele lugar. Um acervo impressionante de obras de arte e coleção imperial, dizem ser o segundo acervo dessas peças, só perdendo para o museu Imperial. Que cidade essa minha, no meio do caminho das grandes capitais, por aqui passa o mundo, Juiz de Fora vai para o mundo, sem sair do seu lugar.

Terra de poetas, Murilo Mendes o maior de todos, sendo ele reconhecido, no país e lá fora. Aqui inspira a poesia, um lugar espetacular, tem belas montanhas, onde a vida passa louca e também devagar. Juiz de Fora, de dentro, estou dentro de você e você dentro de mim, esse canto não vou deixar, caso vá, um dia vou voltar, nem que seja para me enterrar, esse chão é meu lugar, aqui minha semente vou deixar.

E depois de dizer tudo isso, ainda tenho muito a dizer, das minhas Minas Gerais e do meu torrão querido, onde eu sei ser bom lugar, muito lindo de morar. Meu amor, minha terra amada, minha pátria, Minas, que nunca vou renegar.

Deixo aqui meu pedido, que não aceito não cumprirem, se um dia eu morrer, que me enterrem bem aqui, não importa se num túmulo, ou num buraco qualquer, nesse chão quero deixar meus ossos, fazer meu corpo descansar, depois de tantas lutas, um dia esse dia vai chegar, e então, minha Minas Gerais, minha amada Juiz de Fora, nem assim vou te deixar, aqui ficarão meus restos, pois sua terra não poderei levar. Um beijo a quem leu esse texto, feito sob grande emoção, sempre que penso em minha terra bate forte o meu coração.

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