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Indignação seletiva você faz e não sabe

Constatando casos e acontecimentos nos últimos anos, é triste chegar a impressão que a nossa sociedade, é caracterizada por indignação seletiva.

Abordaremos exemplos e situações, cabe a cada um realizar uma auto análise, a fim de verificar se é um alienado, manipulado pela mídia, redes sociais e realiza sem perceber a I.S (indignação seletiva).

A ausência de uma formação sólida que estimule a reflexão crítica, a compreensão dos problemas sociais contribui para a perpetuação da indignação seletiva.

Sem o conhecimento necessário para identificar e engajar-se com questões relevantes, as pessoas ficam suscetíveis a serem manipuladas pela superficialidade midiática.

A culpa é de quem?

Programas de televisão, reality shows e o próprio futebol, têm uma capacidade impressionante de capturar a atenção das pessoas e criar uma falsa sensação de importância.

Caso Cuca

O último caso que está bem fresco na mente das pessoas, foi a contratação de Cuca como técnico do Corinthians, gerando uma revolta tanto da mídia, quanto das pessoas.

Para quem não sabe, o mesmo foi acusado, julgado e sentenciado em 1987 em um caso de estupro, quando o time do Grêmio excursionava pela Suíça.

Ele nunca cumpriu a pena, não entrarei em detalhes, pois não é o objetivo deste artigo.

O importante aqui, é citar a revolta generalizada nas redes sociais, imprensa, inclusive de uma emissora, na qual Cuca trabalhou na copa de 2018 como comentarista.

Naquela época não foi citado o caso, a emissora não realizou antecedentes criminais, não pesquisou, investigou o passado ou até mesmo citou o que aconteceu em Berna em 1987.

Sim, isso é um exemplo de indignação seletiva.

Gostaria de ressaltar, revolta, indignação válida, importante, mas seletiva.

Reality Show

Todo ano, quando os dois principais realitys show estão sendo transmitidos, podemos analisar engajamento da população, de uma forma estrondosa nas redes sociais, grupos de discussão, nas ruas.

Devido à postura dos participantes, já existiram casos de “linchamento” virtual, cancelamento, revolta, manifestação disso ou daquilo, assuntos mais comentados, uma verdadeira mobilização.

Essa constante exposição a narrativas superficiais e banalidades acaba moldando as prioridades da sociedade,  negligenciando o que realmente importa.

Faça a análise diante dos fatos abaixo:

Uma ex atleta e professora de vôlei, branca, teoricamente com status social elevado, agrediu verbalmente, fisicamente, entregadores que estavam trabalhando.

Ela usou coleira do cachorro para agredir a “chibatada”, o entregador negro, como se estivéssemos novamente no mais tenebroso tempo da escravidão.

Houve uma revolta, indignação, porém muito menor, nada comparado ao tamanho dos 2 casos citados acima (futebol e reality), não houve comoção gigante, maçante, diária.

Casos importantes, qual sua atitude em relação a isso?

Citarei uma situação duradoura, porém mais atual do que nunca e todo mundo finge não existir.

A Cracolândia todo mundo finge não existir, mas uma hora ela pode afetar você.

Ano após ano, ninguém se revolta como está o Centro de São Paulo, a 4ª maior cidade do mundo.

Abandonada, desolada, acabada.

Pessoas que moram, que tem seus comércios, trabalhadores que necessitam transitar na região, pagadores de seus impostos e vivem refém do medo.

Quantas não sofreram algum tipo de violência ali?

Autoridades ficam mudas, fingem que não vê, ninguém se revolta de fato, ninguém se indigna, ninguém faz campanha, a mídia seletiva não cobra dia após dia, sem cessar uma solução.

Revolta e indignação seletiva, esse é o nome.

O que realmente importa

Brasil é o 2º país do mundo que mais tributa empresas.

Levantamento feito pelo IBPT em 2021, em um ranking com 30 países do mundo, o Brasil ficou em ÚLTIMO lugar com pior retorno de valores arrecadados, para serviço de qualidade para a população, ou seja, se paga muito imposto sem retorno algum para as pessoas.

Dólar na cueca, maletas de dinheiros, rachadinhas, valores de impostos, salário mínimo que ano após ano tem reajuste pífio.

Área educacional e de saúde aparentemente perfeitas, pois não há revolta e indignação, cancelamento, massacre diário das pessoas e da mídia.

Poderia citar dezenas, centenas de situações aqui que não tem mesmo fervor de ira, da mídia, e da sociedade.

PENSE, REFLITA

Devemos sim, se revoltar com exemplos citados do futebol e de programas de TV, mas dentre as coisas mais importante que afetam as nossas vidas, isso é o que menos importa.

Não seja peça de manobra, alienado, comece a se indignar sem cessar, até ser resolvido o que realmente importa.

Só iremos ter um país melhor, quando evoluímos mentalmente.

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