Minha cidade é uma belezura, Juiz de Fora é linda, eu amo essa terra querida! Nesse lugar tão gostoso de Minas Gerais sou a pessoa mais feliz do mundo, acho que nunca vou sair daqui, porque sempre que saio por conta de férias ou algum compromisso fora não vejo a hora de voltar, gosto de conhecer outros lugares, mas voltar para meu lugar preferido não tem preço.
Juiz de Fora tem muitos lugares interessantes para visitar, além de um clima delicioso, eu recomendo que venham para cá um dia e me digam se falo ou não a verdade. A cidade cresceu, mas ainda tem um ar de cidade pequena, as pessoas são cordiais e os bares são ótimos, dizem por aí que praia de mineiro é um bom botequim, eu confirmo, então é lá que nos encontramos para um bom papo descontraído, acompanhado de um torresmo delicioso, o melhor do Brasil, segundo as boas línguas, mas esse é assunto para uma outra crônica…
O calçadão da rua Halfeld é o símbolo da cidade, me desculpe quem acredita ser o Cristo, ou outro lugar! É ali que todo mundo se encontra, onde todo mundo passa pelo menos uma vez na semana, vale cada minuto estar no calçadão. Alguns vão para paquerar, outros para jogar porrinha, outros para andar de bobeira (esse é o meu caso), outros ainda para chegar ao Teatro Central, uma joia de nossa cidade, onde já se apresentaram os maiores artistas desse país.
Eu adoro caminhar por ali sem ter nada o que fazer, somente para observar as pessoas, ver as moças bonitas, que aliás em Juiz de Fora tem muitas, inclusive já tivemos até uma Miss Brasil daqui, que chique! Naquele pequeno espaço, entre a Avenida Rio Branco e a Avenida Getúlio Vargas, acontecem muitas coisas interessantes e outras nada interessantes, nem tudo é perfeito.
Hoje em dia a cultura é a de frequentar os shoppings, ficar fechado num prédio cheio de lojas e andando para lá e para cá, respirando o ar pesado que circula lá dentro, tempos modernos, mas que tornam a vida mais chata porque algumas pessoas interessantes não podem entrar nesses estabelecimentos, regras, algumas performances não podem acontecer nos corredores e as opções de lojas são bem limitadas, apesar de parecer que não são, um saco!
Aqui temos o calçadão da rua Halfeld, onde artistas de rua se apresentam, crianças correm, advogados apressados se dirigem ao Fórum, alunos matam aulas (eu já matei muitas aulas perambulando por ali), mulheres compram roupas, gente como eu anda à toa, só para ver o movimento, enfim a cidade pulsa em cima daquelas pedras portuguesas brancas e vermelhas formando um desenho belíssimo no chão.
Se não tivesse o calçadão Juiz de Fora perderia uma bela parte de sua identidade, é nele onde acontece o Carnaval, as passeatas e certa vez um candidato a presidente foi esfaqueado. Naquele pedaço de chão pulsa a vida e a história viva da cidade acontece. O coração da cidade bate forte e com vigor em toda sua extensão.
Se quer saber alguma fofoca lá é o lugar certo, as novidades sobre a cidade, basta chegar nas rodinhas de conversa, será bem-vindo, com certeza, quer encontrar o que precisa? Vai lá também, nas galerias, que são uma atração à parte, tem lojas de tudo quanto há, roupas, calçados e o que mais você imaginar tem. É uma pequena cidade dentro da cidade, dizem ser o maior shopping a céu aberto do Brasil, ou de Minas, não sei ao certo, e nem se é de verdade, mas que é bacana isso não tenho dúvida.
Gosto de ver os artistas de rua, que lá ganham a sua vida, alguns talentosos, outros figuras bizarras, mas que fazem parte do ecossistema do lugar, sem elas perde-se muito da graça que o calçadão tem. As estátuas humanas, o cara que toca uma violinha sem a menor afinação e canta músicas que ninguém entende, a cantora que esbanja talento interpretando suas canções, os engraxates em suas cadeiras a dar o brilho nos sapatos cansados de guerra e tantas outras atrações esporádicas.
Sinto falta de passear pelo calçadão, às vezes saio de casa só para dar uma volta lá, volto feliz do passeio e cheio de histórias para contar. Andar pelo calçadão devia ser quase que obrigatório para todo juizforano da gema. Claro que existem os que não gostam do lugar, mas fazer o que, né? Não sabem o que estão perdendo! É Juiz de Fora na veia e isso vale a pena, suco de alegria, pelo menos para mim, e recomendo que se você um dia vier a Juiz de Fora tire um tempo para passear no calçadão, uma ótima oportunidade de conhecer muito da cidade naquele trecho de rua.
Há muitos anos atrás era no calçadão que todo mundo se encontrava, estavam lá todos os conhecidos, amigos e até quem a gente não queria encontrar de jeito nenhum. A cidade cresceu, mas ainda encontramos pessoas conhecidas por lá, sem marcar encontro, mas se marcar um encontro com alguém no Centro, o melhor lugar é a esquina do calçadão com a Rio Branco, ninguém vai se perder, pode acreditar.
Eu não sei de onde você que está lendo é, mas certamente em sua cidade tem um lugar como o calçadão, toda cidade tem um ponto central assim, onde tudo acontece e todo cidadão passa uma vez ou outra, não sei se você concorda comigo, mas esses são os melhores lugares da cidade. Se quer conhecer um povo vai para esse ponto, que não tem erro. É onde, a depender do tamanho da cidade, e da curiosidade, ficamos sabendo sobre qualquer acontecimento, fofoca e futilidades sem muito esforço.
Não me canso de dizer que amo Juiz de Fora, aqui quero ser enterrado, não no calçadão, Deus me livre e livre também as pessoas de meus restos mortais tão perto deles, e eu nem mereço tanto, se é que ser enterrado na rua é merecimento. Mas que eu gostaria muito de, mesmo depois da partida final, voltar ao calçadão vez ou outra, não para assombrar as pessoas, pois isso já faço em vida, mas para curtir aquele clima delicioso e alegre da minha Juiz de Fora amada.