O amor, venha ele de quem vier, faz bem demais para as pessoas, aquece o coração e deixa um delicioso cheiro de rosas no ar. Amor é atenção, é sentir o outro como se ele fosse você, está na Bíblia “ame ao próximo com a ti mesmo”, é sentimento que extrapola nosso ser e faz o mundo e o ser humano bem melhores.
Parece que estamos esquecendo como amar, ou será que nunca nos amamos verdadeiramente? Sei lá. Na internet, as pessoas, achando que estão escondidas no emaranhado de algoritmos, perfis – alguns falsos – e personas, destilam seu ódio a tudo e a todos de quem discordam das opiniões, cancelam e deixam de seguir pessoas que nem conhecem pessoalmente por isso e não estão nem aí se do outro lado tem uma pessoa de verdade com sentimentos, perece terra de ninguém povoada de avatares, mas não é. Esse comportamento no âmbito digital extrapola algumas vezes para a vida real, na forma de ódio a quem é diferente, torce por outro time, tem outro sexo, mora em outro bairro, tem condição financeira mais baixa, tem outra posição política e assim vai, numa crescente intolerância.
Amar ao próximo parece que está fora de moda, será que quem ama tem alguma doença perigosa, ou é um ET? O amor é tão bonito, é sentimento puro, que vem lá da alma, é sentimento que não se explica, quando se busca explicação ela é cheia de doçura e suavidade. Será possível que quem destila seu ódio nas redes sociais não ama ninguém, nem seus filhos, pais, avós, netos ou as pessoas mais próximas? Nos últimos tempos vimos famílias se desfazerem por conta de divergências políticas, mas como a política pode ser mais forte do que os laços familiares? Muitas perguntas e poucas respostas, eu, por exemplo não tenho nenhuma resposta para isso, penso que seria uma síndrome de falta de amor, mas familiares que amam mais alguns políticos do que seus próprios entes, isso não se explica, mas enfim…
O mundo anda muito carente de amor, está racista, bairrista e não parece que isso vai mudar tão cedo. “Quem não é daqui não pode entrar, mas se eu for lá eu quero entrar, pois é meu direito…”, o direito de um vale mais do que o direito do outro. “Se não for como quero te cancelo e pronto!”, tudo resolvido. Cancelar é como abandonar uma pessoa, só que na internet, é deixar de seguir porque não concorda com essa pessoa, as discordâncias acontecem, mas quando temos algum amor um pelo outro, discutimos essa diferença racionalmente e chegamos a um ponto comum, afinal é isso que se espera de pessoas minimamente civilizadas, amor, compreensão e paz. Se é para seguir com alguma condição, melhor não seguir.
Amar está ficando difícil, as pessoas estão arredias ao amor, “só posso te amar se você for igual a mim…”, como se somos essencialmente diferentes, temos pensamentos diversos e isso que nos faz humanos? Parece que estamos em algum lugar do passado em que pessoas de uma casta não se relacionavam com as de outras, haviam os nobres e a plebe e um não podia se misturar com o outro, porque o sangue de um era azul e o do outro não, mas esqueciam que o sangue de todos nós é vermelho, não importa cor da pele, posição social ou outra distinção qualquer, sangue é tudo igual e ponto! Não há um sangue melhor do que o outro, sangue é sangue, o que diferencia um sangue do outro é só o grupo sanguíneo.
Sem amor o mundo está indo para um lugar de escuridão, onde as pessoas não enxergam nada e acreditam somente no que ouvem, sem se preocupar de onde e de quem vem a voz que lhes fala, minto, essa voz não fala, grita, e vence a voz que grita mais alto, é mais estridente nos seus gritos, a razão está com os que berram com mais veemência, e não com quem argumenta melhor ou entende do que fala, ela é conquistada como se fôssemos todos bárbaros e só existisse uma verdade e ela e mais nenhuma, o que os olhos veem não tem mais valor, vale o que dizem os que tem mais seguidores, chamados de influencers, os que manipulam melhor as redes sociais e a verdade aceitam é a que criam e defendem, independente do que podemos ver, se dizem que um pássaro é um cavalo, dizem isso com tanta força, por tantas vezes que passam a acreditar cegamente que sim, um pássaro é um cavalo e ponto. A velha máxima de que uma mentira dita muitas vezes e para um número grande de pessoas acaba virando uma verdade continua valendo e vai valer para sempre. A verdade só precisa ser dita uma vez, porque ela é visível a olho nu, mas em meio a tantas mentiras ela morre, e de morte matada, porque só o amor não é capaz de sustentá-la porque está enfraquecido, mas o ódio, bem alimentado, sustenta uma mentira até ela se tornar verdade, essa fórmula é simples e fácil de entender.
Precisamos deixar o amor fazer parte de nossa vida, amar as pessoas, não importa quem, fazer o nosso melhor para que sejam respeitadas e possam nos respeitar. Quantas vezes vemos em redes sociais pessoas influentes destilando seu ódio, comemorando doença de adversários, torcendo para que morram ou sofram, quando mais humano seria torcer para que a justiça fosse feita em caso de cometimento de crime, só isso, justiça, pagar na forma da lei pelo mal passo dado, mas torcer pela morte, pedir tortura e mais sofrimento já é demais, a justiça deve ser feita com amor também, afinal ela está aí para corrigir e reabilitar as pessoas e não para ser instrumento de vingança que, aliás, nunca foi justiça, é perpetuar a barbárie, pois quando se vinga um do outro indefinidamente até que não mais existam vingadores e nem vingados, só gente se matando sem ao menos saber o porquê desse ciclo, ou por causa de uma mentira que, dita milhares de vezes, gerou o ódio que se tornou vingança.
Pensar no amor como sendo o redentor do mundo pode ser até uma utopia, mas antes a utopia do amor à realidade da guerra, melhor amar do que odiar, pois o amor faz bem tanto a quem dá quanto a quem recebe o amor. O ódio faz mal aos dois lados, tanto a quem odeia quanto a quem é sua vítima, pense nisso e busque ter mais amor em sua vida!