
O governo dos Estados Unidos anunciou oficialmente o início da “Operação Lança do Sul”, uma nova ofensiva militar coordenada pelo United States Southern Command (SOUTHCOM) para intensificar o combate ao narcotráfico e às organizações classificadas como “narcoterroristas” na América Latina e no Caribe.
O anúncio foi feito pelo secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que definiu a operação como uma iniciativa para “proteger o hemisfério ocidental” e impedir que “drogas e grupos criminosos ameaçem a segurança do povo norte-americano”.
A ação tem como foco principal:
- Reforçar a interceptação marítima e aérea de rotas utilizadas por organizações criminosas transnacionais.
- Neutralizar redes de narcotráfico consideradas ameaça direta aos EUA.
- Ampliar a vigilância militar sobre áreas estratégicas do Caribe e da América do Sul.
A operação será conduzida por uma Força-Tarefa Conjunta Lança do Sul, responsável por coordenar meios navais, aéreos e tecnológicos em toda a região sob jurisdição do SOUTHCOM — que inclui 31 países das Américas.
Segundo o Departamento de Defesa, a operação contará com:
- Porta-aviões USS Gerald R. Ford, posicionado no Caribe.
- Aeronaves militares tripuladas e não tripuladas.
- Embarcações robóticas de superfície e lanchas autônomas de interceptação.
- Drones marítimos e aéreos de vigilância de longo alcance.
Detalhes específicos sobre posicionamento e regras de engajamento permanecem sob sigilo.
A iniciativa surge em meio a relatos de aumento de atividade de cartéis e grupos armados na região, particularmente em rotas próximas à costa da Venezuela. Washington afirma que a operação integra uma estratégia de segurança hemisférica para conter o fluxo de drogas e desarticular redes criminosas com atuação transnacional.
Especialistas, porém, apontam que a presença militar ampliada dos EUA pode gerar tensões diplomáticas, principalmente com países sensíveis à atuação norte-americana em áreas próximas a suas fronteiras.
Embora os EUA não tenham detalhado quais países serão diretamente envolvidos, analistas indicam possíveis efeitos imediatos:
- Maior monitoramento das rotas marítimas e aéreas utilizadas por facções e cartéis que operam na região.
- Pressão por cooperação de governos latino-americanos em ações de inteligência e segurança.
- Riscos de questionamentos sobre soberania caso operações ocorram próximas ao limite territorial de outros países.
Para o Brasil, que possui extensa costa e faz fronteira com países produtores ou corredores de tráfico, a operação pode aumentar a troca de informações com os EUA e reforçar ações conjuntas de fiscalização.
A curto prazo, espera-se um aumento significativo de patrulhas, interceptações e operações de vigilância na região. A médio e longo prazo, os impactos dependerão do grau de cooperação entre os EUA e governos latino-americanos, além da capacidade da operação de desarticular redes criminosas sem provocar instabilidade geopolítica.
