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Rússia Negocia com Talibã sobre Ameaças Regionais e Confirma Apoio Financeiro ao Afeganistão

Moscou compromete-se a continuar a apoiar o Afeganistão e fornece ajuda humanitária através da agência alimentar da ONU, afirmaram autoridades russas durante negociações com representantes do Talibã em Kazan, Rússia, na sexta-feira. As conversas visaram discutir ameaças regionais e a criação de um governo inclusivo. O representante especial do presidente Vladimir Putin para o Afeganistão, Zamir Kabulov, participou das negociações e expressou a disposição da Rússia em continuar a ajudar o Afeganistão, tanto de forma independente quanto por meio do Programa Alimentar Mundial.

Durante as conversações, foi lida uma carta do Ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, que acusou os países ocidentais de um “fracasso total” no Afeganistão e sugeriu que deveriam assumir a maior parte da responsabilidade pela reconstrução do país.

Os Talibã assumiram o controle do Afeganistão em agosto de 2021, à medida que as tropas dos EUA e da OTAN concluíam sua retirada após 20 anos de guerra. Desde então, o grupo impôs restrições severas, especialmente aos direitos das mulheres e meninas.

Nenhum país reconheceu oficialmente os Talibã como governantes legítimos do Afeganistão, e a ONU afirma que o reconhecimento internacional é “quase impossível” enquanto persistirem as restrições severas impostas pelos Talibã às mulheres e meninas.

Desde 2017, a Rússia tem realizado negociações com os Talibã e outras facções afegãs, bem como com China, Paquistão, Irã, Índia e nações da Ásia Central, na tentativa de alcançar uma solução política para o Afeganistão. No entanto, os representantes dos Talibã não participaram das negociações mais recentes, e nenhuma outra facção afegã esteve presente nas negociações de sexta-feira.

A Rússia, apesar de designar os Talibã como uma organização terrorista em 2003, manteve contatos com o grupo, justificando-os como necessários para a estabilização do Afeganistão. A União Soviética travou uma década de guerra no Afeganistão, retirando suas tropas em 1989.

Amir Khan Muttaqi, Ministro das Relações Exteriores do Afeganistão nomeado pelos Talibã, pediu a outros países que parem de dar instruções sobre a governação do Afeganistão e convidou visitantes a verem a situação no país por si mesmos, enfatizando que turistas, diplomatas, trabalhadores humanitários, jornalistas e pesquisadores têm viajado para o país com confiança e liberdade de movimento.

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